Durante o verão, é comum termos notícias sobre enchentes, chuvas fortes e temporais no Brasil, que muitas vezes causam complicações para a população. Segundo o IBGE, entre 2008 e 2012, mais de 1,4 milhão de brasileiros ficaram desabrigados devido a inundações.
Esses alagamentos são cada vez mais frequentes devido à intervenção humana inadequada na natureza, construções em locais inadequados e falta de infraestrutura de água e esgoto eficaz. Além da perda material, as enchentes também trazem implicações na saúde, uma vez que aumentam as chances de propagação de doenças causadas por água parada e contaminada, especialmente durante as chuvas.
É importante entender que o grande desafio não é a água em si, mas sim a presença de micro-organismos ou dejetos contaminados nela ou quando ela fica parada. Isso cria um ambiente propício para a proliferação de mosquitos, como o Aedes aegypti, que transmite doenças como a dengue e outras enfermidades para toda a população.
As doenças relacionadas à água contaminada não são transmitidas apenas pelo consumo. Elas também podem ser transmitidas através do contato com a pele ou mucosas. Muitas vezes, basta entrar em contato físico com a água contaminada para que larvas ou ovos de vermes se alojem em nosso corpo.
Durante as épocas chuvosas, algumas doenças se tornam mais evidentes no Brasil. Podemos dividir essas doenças em dois tipos: as transmitidas por mosquitos e as transmitidas pela água contaminada proveniente das enchentes.
Para evitar doenças transmitidas por mosquitos, é importante evitar o acúmulo de água parada, pois é nesse ambiente que eles depositam seus ovos. Algumas das doenças transmitidas por mosquitos mais comuns incluem a dengue.
Em resumo, durante o verão, é comum enfrentarmos problemas relacionados a enchentes e chuvas fortes no Brasil. Essas condições climáticas podem levar à propagação de doenças transmitidas pela água contaminada e por mosquitos. Para prevenir essas doenças, é fundamental evitar o acúmulo de água parada e tomar medidas de higiene adequadas.
A dengue é uma doença endêmica no Brasil, causada pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Existem duas formas de diagnóstico, a clássica e a dengue hemorrágica, que apresentam sintomas como febre, perda de apetite, manchas vermelhas na pele, dores de cabeça, nas articulações e nos músculos, e sensibilidade à luz. A forma hemorrágica pode causar sangramento das gengivas e hemorragias internas.
O zika também é um vírus transmitido pelo Aedes aegypti e foi identificado no Brasil em 2015. A maioria das pessoas infectadas não desenvolve sintomas graves, apresentando apenas dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos.
A febre Chikungunya é uma doença viral transmitida pelo Aedes aegypti e foi identificada no Brasil em 2014. Os sintomas incluem febre alta, dores intensas nas articulações, dor de cabeça, dor nos músculos e manchas vermelhas na pele. Algumas pessoas podem não apresentar sintomas.
A malária é causada por um protozoário transmitido por mosquitos do gênero Anopheles. Os sintomas incluem episódios febris, dores abdominais e fezes com sangue. A forma grave da doença pode causar complicações em órgãos internos.
A febre amarela é transmitida pelo mesmo mosquito da dengue e a vacinação é recomendada, especialmente em regiões com alta incidência. Os sintomas incluem febre, vômito, amarelamento da pele e dores musculares.
As doenças transmitidas por água contaminada incluem a cólera, causada por uma bactéria intestinal. Os sintomas vão desde dores abdominais até diarreia intensa aquosa e profusa. A transmissão ocorre principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
É importante buscar atendimento médico em caso de suspeita de qualquer uma dessas doenças para que possam ser controladas e não evoluam para quadros mais graves.
As enchentes e chuvas intensas podem trazer consigo diversos riscos à saúde, incluindo doenças graves como a desidratação, leptospirose, hepatite A e febre tifóide. A desidratação ocorre quando o corpo perde mais água do que é consumido, e pode levar o paciente a óbito. A leptospirose, uma endemia no Brasil, é causada pela bactéria presente na urina de roedores, que pode contaminar a água e entrar em contato com as pessoas. A hepatite A é transmitida por alimentos e água contaminados, e seus sintomas podem demorar a aparecer, dificultando o diagnóstico. A febre tifóide, também transmitida por alimentos e água contaminados, pode evoluir para complicações graves e até mesmo ser fatal. Além disso, outras doenças como amebíase, disenteria bacteriana e esquistossomose também podem surgir devido às enchentes e chuvas intensas.
Para prevenir essas doenças, é importante adotar algumas medidas de higiene e saneamento básico. Evitar o contato com a água de alagamentos, rios e lagos é essencial, e caso seja inevitável, é importante evitar colocar as mãos no rosto, principalmente nos olhos, nariz e boca enquanto estiver no local infestado. É recomendado também evitar frequentar rios e lagos cuja água não é própria para banho, e sempre verificar a qualidade da água antes de se expor a ela.
Em resumo, as enchentes e chuvas intensas podem trazer riscos à saúde, como desidratação, leptospirose, hepatite A e febre tifóide. Para prevenir essas doenças, é fundamental adotar medidas de higiene e saneamento básico, como evitar o contato com águas contaminadas e verificar a qualidade antes de se expor a elas.
Em épocas de chuvas intensas e alagamentos, é importante tomar algumas medidas para garantir a segurança e a saúde. Uma delas é optar por não entrar em áreas alagadas, pois isso pode trazer riscos à saúde, como doenças transmitidas pela água contaminada.
Outra medida importante é ferver a água antes de beber ou cozinhar. Em períodos de chuvas intensas, os reservatórios e as caixas d’água podem ser danificados, prejudicando o processo de tratamento da água. Portanto, se houver qualquer indicação de problemas de tratamento de água e esgoto, prefira consumir apenas água fervida. O processo de fervura por pelo menos 5 minutos ajuda a eliminar a maioria dos microorganismos causadores de doenças.
Além disso, é fundamental lavar bem os legumes, verduras e frutas antes de consumi-los. Durante enchentes, os agentes causadores de enfermidades podem contaminar esses alimentos, além dos agrotóxicos e pesticidas que eles podem conter. Existem algumas opções para higienizá-los em casa, como o uso de bicarbonato de sódio ou hipoclorito de sódio diluídos em água.
É importante também não descartar lixo em locais inadequados. Além de causar poluição no solo e atrair animais indesejados, o lixo descartado de maneira incorreta pode chegar até fontes fluviais e poluir a água. Durante alagamentos, o lixo pode se espalhar ainda mais, contaminando um maior volume de água e prejudicando mais pessoas. O descarte incorreto também favorece a proliferação de mosquitos vetores de doenças.
Se possível, é importante cobrar as autoridades responsáveis. As iniciativas individuais precisam do apoio das autoridades para ganharem força e engajamento da população. É necessário verificar se há uma busca constante por focos de mosquitos, se há lixeiras disponíveis e se o lixo está sendo descartado adequadamente, se há informações suficientes sobre a prevenção de doenças causadas por enchentes, se o escoamento das águas da chuva é adequado e se há tratamento de água e esgoto na região. Caso alguma dessas respostas seja negativa, é importante cobrar as autoridades para tomar as medidas necessárias.
Períodos de alagamentos são comuns e exigem atenção. Portanto, é importante estar sempre em alerta e, caso apresente algum sintoma, procurar auxílio médico. A prevenção é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar em períodos de chuvas intensas e alagamentos.
Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS), PUC Minas, Fiocruz, Ministério da Saúde.